por Cesar Costa
Residindo juntos no peito
Um demônio que ruge e um deus que chora
Após um reinado glorioso
Morre o rei, o pai.
Amado pelos súditos
O príncipe subiu ao trono
Como se em seu coração tivesse
O tumulto e o clamor de um largo oceano.
O breve raiar do astro do dia
Não mata a tristeza, apenas dissipa
Mal o novo rei havia tomado seu manto
Recebia dos reinos vizinhos presentes e delícias.
Mas o tempo, não diminuía sua tristeza
Palpitava de flores e ninhos
Alma, que em dores chorava
Resolveu partir com um séquito
O reino estava em paz, queria perseguir contentamento
Pediu dez dias para se preparar devidamente
Afinal, que o novo rei procurava:
Positiva negação do nada
E de procura, em procura
Tivesse aquela ventura
Encontrar-se com sonho doce e risonho
No breve correr dos dias
Já raro e mais escasso
Era ele o ser sem ter reflexo
O infeliz novo rei, cedendo ao primeiro ímpeto
Partiu em busca da chama da sabedoria
Não conseguia acertar o alvo que não via
Em versos, em lugares,... nada
Amava o que doía, sem objeto de amor
Julgava única sua infelicidade
Sem sentimento dia, nem pensamento noite
Vivia a vida, forma solitária, não sozinha
Um dia encontrando a primeira estrela, a olhou nos olhos
Nascida feita para o amor, o sol da primavera
Uma ilha de serenidade no meio do medo
Abre caminho além... da paz o núncio
A alma renascia, gorjeava e ria...
E descobriu que havia amado tanto! e não conhecia o Amor!
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