sábado, 28 de julho de 2018

MALDIÇÃO E BÊNÇÃO III


por Cesar Costa

Todos choravam ao meu redor
Tristes, todos meus amigos:
“- Não esperava que você viesse!”
“- Eu e ele brincávamos de bola na infância!”
“- Dizem que era um bom rapaz!”
Não queria ver você chorando assim
Nem mesmo admito seu choro
Lembra das tardes em que brincamos
- Não era bom brincar?
Fui seu em momentos felizes
Fui feliz ao lhe senti feliz.

Não se pode chorar para sempre o tempo que passou
Pois neste sonho de amar para sempre não se vive o que ficou!

“- Ele gostava tanto de cebolas!”
“- Coitado, tão novo!”
“- Gostei dele quando era criança!”
“- Eu o odiava!”
“- Em verdade ele não era perfeito!”
“- Será que ele era feliz?”
Ninguém me ouve ao certo
Minha voz nunca teve força
Talvez tenha sido melhor assim
Mas mesmo onde estou continuo a lhe amar!

Não se pode chorar para sempre o tempo que passou
Pois neste sonho de amar para sempre não se vive o que ficou!

Agora tudo acaba
Não se vive por medo de errar
Não há mais importância
Nada mais me prende
Apenas quero ver você sobrevivendo
Esperando que um dia possamos nos encontrar...

sábado, 21 de julho de 2018

MALDIÇÃO E BÊNÇÃO II


por Cesar Costa

A noite ela vem
Traz paz e solidão
Nos olhos, sinto dor
Na boca, silêncio.

Dentro de seu vestido negro
- transparente e enigmático
Posso ver seus passos lentos.

Sua voz muda, só se ouve uma vez
Nela só existe um olhar
Sua mão rubra
Só se permite dar um toque.

Terror eterno da esquerda biológica
Ultima visão do homem
Alivio dos justos
Paz dos sofredores
Medo dos gananciosos.

Imparcial em suas decisões
Sabe que todos estão ao seu alcance
- namorada de todos os seres vivos
Paciente com o tempo.

Terna, nem sempre aberta
Seu sorriso traduz medo
- única certeza da vida

Leva consigo um último sopro
Na dor, traz alívio
No amor, desgraça
Na angustia, põe um fim.

Solitária, jamais é vista acompanhada
Não pode ser vencida nem decifrada
- no máximo pode ser adiada
Mas nunca enganada!

sábado, 14 de julho de 2018

MALDIÇÃO E BÊNÇÃO


por Cesar Costa

Ainda guardo uma esperança
De que tudo isto irá mudar
E voltaremos a ter
O mundo para conversar

Isto tudo é tão difícil
Mas não custa nada tentar
Quem sabe a solução
Já está por chegar

Devemos guardar os nossos corações
Para a chegada da solução
Então todos poderão ver
Que nossa luta não foi em vão

Seremos os primeiros
A lembrarmos então
Tudo aquilo que passamos
Nos dias de solidão

sábado, 7 de julho de 2018

O MALVADO ARMADO CONTRA A AMADA ALMA


por Cesar Costa


Insinua-me se em si nua está a bela amada
Entoada em tom da balada contra o malvado armado
Qual batalha naval eis que em armada nau
Em tom provocador o malvado atacou e de dor fez o mal.

Mel que adoçava a boca do mau que mal fazia à amada
No mal que sabia ser normal a toada entoada
Deferindo em defesa da indefesa alma amada
Tornou armada a amada alma

Toldo bom que protege do sol todos os bons
Faz sombra para a amada da alma armada
Se com solidão só estão os soltos sem par
Com o qual par partirá ao mar a amada

Se deixar-me, deixarei ir ao mar o ser de mim semente
Sentindo e sem querer mentindo ser o requerente
Trovas inconseqüentes de inconsistentes tropas
Sem melar o semear de dor do mau que fez mal a amada

Ser frágil e vazio que não agiu só
E ao tom da toada entoada pelo malvado armado
Dedico o dito a salvar a armada amada