sábado, 30 de dezembro de 2017

PARTIDA


Por César Costa

Outro dia esqueci minhas poucas palavras na boca,
meu melhor pedaço de mim permaneceu calado
e meu silêncio observou a partida.
Minha vontade ficou em mim,
minha consciência fez triste minha estada
e meu ego quis dizer que não,
mas era mesmo minha a culpa do meu fracasso.

Outro dia dei a volta por cima
e acima de tudo não desisti
nem absorvi
a culpa pela farta derrota.
Em verdade, passei por cima de meus erros
e aprendi a brincar de não acertar.
Aceitei perder
e não ganhar tudo o que queria.
A vencer por superar meus reais desafios.

Outro dia passei em frente à porta certa,
na hora errada
e no dia exato.
Cantei a canção da alegria
e chorei a toada da saudade
e animei minha alma com a festa do coração partido.
Transformei minha dor em poesia
e meus medos em batucada.

Outro dia,
noutra hora qualquer,
num minuto presente,
em um instante intemporal
eu venci de vez minha timidez,
e gritei para quem quiser ouvir:
NUNCA MAIS
NINGUÉM A QUEM AMO
VOU DEIXAR PARTIR!

sábado, 23 de dezembro de 2017

GRACIOSAS LEMBRANÇAS


por Cesar Costa

Sentei-me e olhei em minha volta
Vislumbrei e viajei nas lembranças de um tempo distante
Com o aroma que me faz flutuar de volta ao passado
O doce sabor daquelas doze primaveras bailando em minha frente.
Não há como não sorrir
Ao ver em meio a tantas flores
A mais bela que corre e se agita...
... traz de volta suaves e graciosas lembranças.
Um estado de graça...
Um modo novo de sentir alegria...
Vem você:
GRACIOSA E BELA
Em sua terna maneira de transmitir euforia:
Penso em você
Aquela sua maneira única de sorrir
Uma formosa criança
Leve e suave pluma a caminhar
Anjo cujo sorriso ilumina a face...
Poderia vislumbrar seus sonhos
Acenar para seu futuro de glória
Utopia de voltar a flutuar no passado
Lacuna deixada de uma existência feliz
Alindada pela perfeição de suas formas graciosas.
Levantei-me agora, caminhei
Olhei para trás e vi
Sentado em meu lugar ficara
O menino que um dia eu fôra.
Encantando e observando a bela menina
Contente por renascer de um sonho...
... deixo-o com suaves e graciosas lembranças.

sábado, 16 de dezembro de 2017

TEMPO DE ERRAR


por Cesar Costa

Vinte anos se passaram
E todos os dias continuam iguais
O vento continua a bater meu rosto
Ele sempre vem me acompanhando

Joguei roleta russa com o destino
Vivi meu carrossel holandês
Tudo isto, nada disto, sempre isto
Sempre igual, nada atual, tudo normal

Brisa da manhã, abro os olhos
Mais um dia, mais um jogo
Continuo sendo mais uma peça
No jogo da sua vida

Tive muito tempo para pensar um pouco
Tenho pouco tempo para viver muito
Vivendo um dia a cada sete dias
Em sete anos viverei um ano

Tudo passa, você ainda não passou
Todos amam, você ainda não amou
Eu já passei, vivi e amei
Errei, caí e levantei

Hoje estou de pé
Não tente me derrubar
Não acredite em tudo que te dizem
Agora está chegando seu tempo de errar

sábado, 9 de dezembro de 2017

CIO DE ESTUDANTES

por Cesar Costa

Olhares diversos cruzavam belos horizontes
Sempre acompanhados por espaços vazios
Visto que fazia muito frio lá fora
Meu medo me mantinha entre o desespero e o cio

Todos vestiam branco nas mais diversas ocasiões
Traziam consigo sua fé nas suas religiões
Cruzavam ruas desertas, subiam montes
Se mantinham em salas repletas, se diziam estudantes

Sabiam manter os olhos semiabertos
Mesmo quando no fundo estavam fechados
Sentiam o prazer do resultado esperado
Eram os senhores com o futuro planejado

Enfrentavam ondas do momento
Se debatiam entre a timidez e o atrevimento
Histórias reais, acontecimentos aos montes
Vistos e notas banais, jeitos de estudantes

Queriam a liberdade e sabiam o endereço
Gozavam da ansiedade e pagavam seu preço
Com as surpresas surgiam bons e maus momentos
Alcançar o triunfo, eram seus pensamentos

Viviam e nem sempre deixavam viver
Lutavam até quando não conseguiam vencer
Escravos das notas, entre baixadas e montes
Resultado final: cio de estudantes

sábado, 2 de dezembro de 2017

ECLIPSE LUNAR


por Cesar Costa

Sem você...
Sou apenas um numa multidão!

Sem você:
Sou uma lâmpada que não mais ilumina,
Pois não precisa da minha luz;
Sou uma lua que não mais enfeita a noite,
Pois não precisa olhar para mim;
Sou um sol que não mais esquenta,
Pois não precisa do meu calor;
Sou uma semente que não mais será uma vida,
Pois não quer me regar de amor;
Sou uma planta que não mais dará frutos,
Pois não quer me adubar de carinho;
Sou uma árvore que não mais fará sombra,
Pois não quer minha proteção.

Sem você:
Talvez eu seja uma lâmpada que sonhava ser sua lua;
Talvez eu seja uma lua que sonhava ser seu sol;
Talvez eu seja um sol que sonhava ser seu universo;
Talvez eu seja uma semente que queria ser sua planta;
Talvez eu seja uma planta que queria ser sua árvore;
Talvez eu seja uma árvore que queria ser sua floresta.

Com você...
Seria toda uma multidão!

sábado, 25 de novembro de 2017

SOLUÇÃO MÃE





por Cesar Costa

Falar do sentimento é fácil
Demonstrar o sentimento é bom
Definir o que sinto é difícil
Provar o que sinto é ruim

Mas ligue que contarei tudo
Ou venha ouvir face a face

Princesa no asfalto da minha vida
Rainha no deserto do meu coração
Tão certo quanto é certo errar
Leve minha alma e depois traga de volta

Maravilhosamente é linda, eu sei
Céu com nuvens que vão de prata a mármore
Tão sólidas quanto meus sonhos

Se o calafrio que passamos foi pouco
Ainda há um inverno por vir
Nesta mesma estrada que nos seduz
Um pensamento nos assusta
Uma vontade nos liberta

Nosso romance é um órfão
Em busca de uma solução mãe
Nosso destino é uma criança com medo
Buscando aprender para poder vencer desafios

Seremos tudo que um dia quisemos antes
Seremos tudo que um dia quisermos depois

E pensar que na nossa prisão
Todas as portas sempre estiveram abertas...

sábado, 18 de novembro de 2017

DEZ MÃOS (HOMENS NA LUTA)


por Cesar Costa

Traços marcados em rostos dispostos
Mãos e gestos, palavras e gostos
Tudo parecido, e como se parecem
Em tão meiga e dura luta

Cinco homens avançando na disputa
Todos unidos pelo combate
Lutando em prol do destino tão sonhado.

Nos olhos do primeiro
A experiência de ainda poder ser criança
Busca a paz de estar na fase do “space invaders”
Trazendo a força de quem está no início da luta.

O segundo, volta suas mãos aos céus
Tem em si o desejo de obter sabedoria e segurança
Sua revolta o torna inocente e puro
Luta para poder vencer.

O homem do espelho vem depois
Em sua luta por confiança
Com seu azar que até o amedronta
Mas acredita no triunfo ao superar.

 O seguinte, morando mais distante
Demora a aparecer na vista
Também faz parte da luta e acredita nela
Põe sua força na disputa

O último com seus passos curtos
Parece não acreditar em nada
Pode esconder, no fundo, suas garras afiadas
Enquanto cumpre seu dever, sem esconder seu cansaço

O sonho na boca, o coração na luta
Uma vontade, um desejo... Dez mãos!

sábado, 11 de novembro de 2017

SÓ UMA CHANCE



por Cesar Costa

Você não vê,
Nada em mim mudou
Sua falta, mal me faz
Cada vez que olho
Ainda está em mim

Pode ser que seja só minha dor
Me trazendo delírios
Mas preciso te dizer agora

Você é a mulher do meu coração
A que mexe comigo
Não me leve a mal
Só peço que me dê a chance
Sei tudo parece estranho
Por tudo que a falta faz
Só te peço que me dê a chance

O destino nos separou uns dias
E ficamos com a solidão
Trazendo à tona os problemas
E as noites com o frio

Só uma chance para me conhecer
Saber que não sou assim
Não quero imaginar ficar sem você

Você é a mulher do meu coração
A que mexe comigo
Não me leve a mal
Só peço que me dê a chance
Sei tudo parece estranho
Por tudo que a falta faz
Só te peço que me dê a chance

Vejo a falta que você me faz
Vejo que tudo doe demais
Uma doença abate o meu coração
Ficar sem você, me deixa no chão
Quero ter você sussurrando meu nome
Te preciso, te preciso
Dizer que está em meu coração
Eu preciso, eu preciso


Te quero demais!

sábado, 4 de novembro de 2017

TUDO É RELATIVO E DEPENDE DE NÓS


por César Costa

Tudo é relativo e depende de nós

As coisas mudam conforme a realidade muda
acertar se alterna com errar
estar bem, também pode mudar
há sabedoria em cativar grandes amizades, 
é relativo encontrar alguém que valha a pena.

Viver é relativo, 
envelhecer, também
tristeza, vem sem avisar, 
depende de como interpretamos a realidade.

Transformar momentos em inesquecíveis é relativo, 
depende da nossa capacidade de amar.

É relativo perceber:
o despertar da vida depende de nós 
aprendermos a liberar nosso coração 
e deixar que ele construa nosso destino. 

A felicidade é uma experiência ligada à sabedoria
nossa vida muda quando mudamos por dentro
e a melhor cura para o mal pensamento
é abrirmos nossos olhos 
para o que ainda há de bom mundo.

Afinal tudo é relativo e depende de nós!

sábado, 28 de outubro de 2017

POETA MATEMÁTICO


por Cesar Costa

Quero acordar exposto, sem palavras
Desnudar a lama numa poesia solta
Esvair meus conceitos e defeitos

Reinventar minha matemática
Dizer que 2 mais 2 é poesia
Depois descobrir a soma dos meus risos
Subtraindo da equação, o que triste me fazia

Um poeta que calcula palavras e versos
Um matemático que recita números complexos
Eu um “ser nu” ou apenas um “ser ao vento”

sábado, 21 de outubro de 2017

SONETO DO FIO VERMELHO DO DESTINO NO AMOR (AKAI ITO)


por Cesar Costa

Anos adolescentes, como orações
Outrora sentimentos esquecidos
Quantos dos anos, nesta são vividos
Perdidos e guardados nos corações

Entoam versos, antes só citações
Renascem então, zelos já dormidos
Costumeiros fascínios conhecidos
Revividos, ressurgem as relações

Tantos anos, vontade naufragar
Quimera do destino, não saber
No passado, resposta para amar

Tomados são, corações pelo ser
Consertando, caminho sem pesar
Voam sonhos antigos, de viver

sábado, 14 de outubro de 2017

DECRETO DO FIM POR PALAVRAS MEIAS


por Cesar Costa

Às vezes me perco nas palavras meias no meio, 
deixando a dor amargar sua marca, 
ficando todo cheio de receio

Temores que cegam quem me cerca, 
levando a cada frio calafrio, 
despertado pelo sentimento que sinto muito

Quem razão maior teria melhor, 
quem entre outros cem estaria sem, 
quem no peito domina a dor que mina

Tomara que seja só ter sorte, 
que possa um nó dar ao notar 
e no final decretar o fim enfim

sábado, 7 de outubro de 2017

SONETO DO CORAÇÃO QUEBRADO


por Cesar Costa

O coração quebrou, perdeu a bussola
Segue sem direção, vaga perdido
Rumo cego levou, sem dar a bola
Atônita razão, rumo cedido

Náufrago coração, refém da dor
Sofre pelo destino seu, encontrado
Foi temido, por teu dominador
Eis chorando canção deste pecado

Tomara busca tenha boa sorte
O peito, a vislumbrar a dor ter fim
Levando sina, rumo encontro morte

Feliz tal qual um belo serafim
Traz esperança, como seu consorte
Firme convicção, qual forte marfim

sábado, 30 de setembro de 2017

SONETO DO SEGREDO MORTAL

por Cesar Costa

A dor tem o aroma do sofrimento
O qual invade narinas, mais forte
Nos deixa embriagados, o tormento
Sina que nos faz sofrer, por tal sorte

Quem dera, qual criança, relevar
Esquecer o sofrimento e tal dor
Ser menos louco, sem menos amar
Ser ávido e não ser mais sofredor

Eis que este sentimento forte, impera
Aos que fogem de sentir, por medo
Sendo covardes de um amor, sem luta

O destino que nos impõe, seu dedo
Costumais criador de tal quimera
Guardando no peito: o mortal segredo

sábado, 23 de setembro de 2017

AUDIENTE DE FILOTES*


por Cesar Costa

Somos a soma de tudo,
daquilo que falamos,
do que fazemos
e das expectativas que despertamos.


Nossos problemas
às vezes parecem tão importantes
que nem percebemos
os das pessoas em nossa volta.


Devemos olhar os outros,
cuidando para ofertar
apenas aquilo que podemos oferecer de verdade
e no final não decepcionar
por mentiras
nem por gerar maiores expectativas.


Muitas vezes o simples gesto de ouvir é o bastante!

Sejamos como um livro de palavras simples,
bem fácil de entender,
com linhas para receber comentários,
observações e sugestões
daqueles que se atrevem a ler.



*Na mitologia grega, Filotes era um espírito que personificava a amizade, o carinho e a ternura.

sábado, 16 de setembro de 2017

SONETO DO AMOR FATAL


por Cesar Costa

Sublime tanto amar e não morrer 
Se sem querer o amor nos faz sofrer 
Nos faz temer a razão do seu enfoque
Pobres seres deste triste retoque

Escravos os são todos os amantes
Que pensam serem do amor dominantes
Dominados foram antes desta hora
Feridos, sem ciência da ferida 

Tolos seres, com alma de poeta
Descansem na trajetória mortal
Sem noção do quanto o amor os afeta

Seria tão normal, se não fatal 
Mesmo sem noção do quanto ele grita
Um amor do bem que nos faz tão mal

sábado, 9 de setembro de 2017

ANARQUIA NO AMOR


por Cesar Costa

Caem por terra teus conceitos
Sejam objetivos ou subjetivos, não aceito
Independentes que ainda se dependem
De gestos, processos e ações que se ressentem

Nesta relação: nem formal, nem funcional
Os caminhos nos trouxeram ao destino mal
Feitas por ações frias que nos maltratam
Feitas por ações delegadas que nos afastam

Mas se antes um, agora formos mais 
Traremos a público as dores surreais
Corrompendo, um amor antes absoluto
Adotando, novas partes sem nenhum bom fruto

sábado, 2 de setembro de 2017

GUERRAS QUE DURAM ERAS


por Cesar Costa

Armas a postos, 
sem rostos, 
todos em guerras que duram eras. 

A política de armar para matar 
e deixar os dois lados morrer. 

Tensão e corrupção sem razão, 
real emoção, 
comprar para não morrer, 
vender para sobreviver

Lente tensa, 
tiros de todos os lados, 
lados fortes, 
lados ralos, 
poder em porta-retratos

Sem voz, 
os fracos calam, 
panelas calam, 
o silêncio tem voz

Justiça tendo lado e rosto, 
seu gosto é desgosto

Armas em guarda, 
sem mágoas, 
guerras pedem tréguas. 

A política une os lados opostos e deixa ambos viver,

sábado, 26 de agosto de 2017

PHOENIX


por Cesar Costa


Quanto medo há de sentir 
na ânsia de se esconder 
na escuridão e não se encontrar

Quanto tempo há de perder 
na esperança se descobrir 
no reflexo e não sonhar

Ainda que ouvisse a canção da liberdade, 
não ouvirias a liberdade;
Ainda que visse o desabrochar do vosso desejo, 
não comerias teu fruto;
Nem saberias da eterna troca 
onde cada dia de vida 
nada mais é que uma lição de verdade.


Quanto barulho há de ouvir 
no silêncio de se viver 
na solidão e não fugir

Quanta loucura há de existir 
na experiência de se olhar 
no espelho e não se ver

Ainda que ela falasse a língua dos anjos e dos homens,
 em nada iria valer, por não haver amor;
Ainda que tivesse as asas dos pássaros, 
em nada teria sentido, por não saber voar;
Nem saberias dos motivos do criador da vida 
onde o próprio sol 
muito mais é que uma tocha para esquentar e iluminar.


Em todo caso apenas diria:
- Eleve-se comigo e comecemos,
Cada manhã é o início de uma nova era...

sábado, 19 de agosto de 2017

MIL PEDAÇOS DE LEMBRANÇAS


por Cesar Costa

Tempo demais, 
depois do que houve, 
mas se feriu a você, 
feriu também a mim. 

Tudo que sei 
é que não estamos bem, 
mas não importa 
o que dizemos do amor: 
ELE DÓI!

Um sonho que se desfaz 
em mil pedaços de lembranças 
que não mais colam 
e não resultam em algo que pareça ter algum valor. 

Amor ferido não se recupera de novo 
se não for resultado de um novo amor: 
SINCERO E MADURO!

Tempo demais para tantas coisas 
que jamais vai parecer 
que o que já foi não volta mais, 
e o mesmo, por mais saudade que traga, 
já provou que não dá certo, 
o que não pode ser reinventado, 
não deveria ter sido inventado.

sábado, 12 de agosto de 2017

PEIXES NÃO MUDAM DE AQUÁRIO


por Cesar Costa

palavras frias nascem no meio da noite, 
vem das memorias, 
vem do que somos, 
vem de quem somos

mas peixes não mudam de aquário, 
sonhos não saciam desejos 
e amores não se satisfazem sem beijos

sou quem sou, 
mesmo com palavras frias, 
mesmo com palavras quentes, 
sou “EU” simplesmente

sábado, 5 de agosto de 2017

EU


Precisamos saber nos guiar
Seguirmos os caminhos da razão
Obtendo em um dia de fracasso, a vitória.

Eu censurei nas noites de frio
Teu calor intenso

Recriminei nos momentos de barulho
O teu silencio

Chorei nas notas da solidão
Tua presença.

Aprendo agora com meu erro

E digo, depois de tudo que passei:
- Estava errado.

Mas como em tudo
O hoje é a solução

Fico crendo num ideal maior
Crendo na força do amor
E, por fim...
Simplesmente crendo em ti!


sábado, 29 de julho de 2017

PENSAMENTOS KAMIKAZE


por Cesar Costa

Frio vento da manhã
Assanha de leve meus cabelos
Coloca sobre o leite derramado
Lágrimas que não vão limpar o meu tapete.

Temos ódio e o coração foi derrotado
Colocamos no peito o destino traçado
Levamos na cabeça a memória da derrota
Basta, com um olhar baixa o clima
Veja mesmo a morte tem descendentes.

Líquido da memória de um adolescente
Com certeza não é semente que esperem gerar frutos
Nem há de ficar marcado com o ferro do inferno
Dando vazão a um poço sem caldas.

Lotação completa, segue o carro em movimento
Difícil é se manter seguro a ele
Oposto de se obter benefícios 
Não quero mais seguir este caminho.

Jamais pedi a você que por amor
Colocasse uma bala em minha cabeça
Mas volto e lhe peço agora.

Sujo o pára-brisa deste carro em movimento
Não quero mais olhar para ver se ainda existe caminho
Quero voltar ao fim
Seguir uma reta longa que tenha um fim curto.

Curto a contagem regressiva do momento
Estou entre largar a vida e segurar minha derrota
Lembro do vento e seus olhos orientais
Sinto o quanto gosto de sua companhia
E volto a aceitar seguir com o carro em movimento.