domingo, 3 de agosto de 2014

O MISTÉRIO DO TREM DO AMOR


por Cesar Costa

Eis que no último vagão dormia o Detetive Poeta,
estava tirando férias da investigação da máfia das estrofes e frases
que ocultam os sentimentos no interior da alma humana.
Sentia o cansaço natural de investigar no poço mais profundo dos homens,
o ser ou não ser com seus amores e desabores.

 
No primeiro vagão,
Poesia Lírica e seu marido Poema Apaixonado
levavam seu filho Soneto Petrarquiano num passeio
pelo Reino dos Versos Decassílabos
para ensinar a ele a métrica poética,
pois estava com baixas notas em matemática.
 

Quando subitamente Soneto Petrarquiano
por estar irregular simplesmente desapareceu,
e em vão todos procuraram por todo o trem.
Chamado foi o Detetive Poeta
que após investigar o acréscimo de alguns versos
elucidou o mistério.
 

Soneto Petrarquiano se sentia aprisionado
por estar dividido entre quartetos e tercetos,
estava em busca da mais perfeita poesia prosaica,
acrescentou frases e desmembrou-se para virar declarações de amor,
enaltecendo o dialogo dos amantes
para tornar a vida uma grande prosa poética.

ENTRE O AMOR DO POETA E DO LOUCO


por Cesar Costa

Seu corpo deve ter algum mistério,
algo como ser um mar cuja maré não muda apenas em sentido,
como se não fosse composto setenta por cento por água,
mas sim por um néctar mais degustativo que o melhor vinho.
 

A sede que você provoca em mim

amplia minha fome de saciar todos meus anseios.
Sou um poeta recitando versos sobre seus lindos seios
ou sou um louco a traduzir frases dos meus desejos por todos os meios.
 

A verdade que sua beleza provêm de recantos sutis que se revelam,

como uma canção recitada por um poeta dos versos de sua alma sensível,
ou como a descrição sincera de um louco a declamar seu desejo irascível

terça-feira, 3 de junho de 2014

QUERO VOCÊ (COM QUALIDADES E DEFEITOS)


por Cesar Costa

Quero você com seu modo,
com seus encantos,
com sua ternura e carinho.

Quero brincar contigo
e juntos rirmos um do outro,
sem zombar um do outro,
mas curtindo um com o outro.

Posso brincar,
posso até te pedir coisas,
mas jamais vou te desrespeitar.

Quero você com qualidades e defeitos,
com ou sem seus receios,
com seus jeitos e trejeitos...

QUERO VOCÊ!

SONHO SEM TER FIM


Por Cesar Costa

Ontem foi um dia de paz
Eu estava bem e ouvia a melodia
Algo dizendo que sempre seremos felizes
E me sentia feliz por ouvir aquele canto de serenidade

Estava só
Mas dentro de mim havia o mar
Uma cançao azul tocava em meu coraçao
Uma harpa de felicidade harmonizava em meu peito

Você devia vir comigo
Compartilhar este sonho e sonhar também
Acreditar em algo bom
Deixar entrar na sua alma esta utopia

Esta quimera vai entrar em você
E nunca mais você deixará de imaginar
Seremos o que sempre almejei
Parceiros para a aventura de sonhar

Mas antes de ir
Saiba que você tem que ter muita força para acreditar
Nao em mim, nao na ilusao
Mas em nossa capacidade de sonhar

Venha por favor
Deixe-me levar você
Deixe-me fazer você voltar a acreditar
?Nós ainda podemos sonhar!?

As vezes, durante a noite sozinho
O vento frio vem me visitar
Sinto a brisa que quer tomar conta de mim
Mas agora aqui você nao está

Um segundo dia, um segundo entre o mal e o bem
O vento, eu e a brisa
Venha sonhar e juntos teremos um mundo melhor
Já esperamos tempo demais

Nossa serenidade será nossa cançao
Um hino criado em nosso dia de paz
Acordes melódicos de querer bem e desejos
Uma fantasia que nunca vai poder ter fim 

quinta-feira, 8 de maio de 2014

AMOR DE POEMA E DE DICIONÁRIO


por Cesar Costa

Olha em volta e vai perceber o amor:
em cada canto, em cada esquina.
Ele não passa acelerado,
fica parado esperando por nós,
mas nossa velocidade impede que o vejamos.
E ele quieto passa a ser impossível de ser notado.

Pode ser um amor sorridente,
destes que brincam com nosso jeito afoito de seguir correndo;
pode ser um amor parceiro,
capaz de ser cumplice
e viver feliz no plural conosco.

Ele pode ser oportuno e inoportuno,
pois não marca horário,
nem avisa na agenda,
muito menos deixa para vir num fim de semana ou feriado.
Mas seja qual for sua chegada,
ele descarrega más energias,
espanta a solidão,
doma nossos instintos selvagens.

Percebemos que amamos
quando achamos romântico o barulho-de-chuva,
quando damos presente sem data marcada,
quando planejamos sempre a chegada
e esquecemos de planejar a partida.
Haverá amor,
quando todo momento for certo,
quando uma sensação estranha pulsar no peito.

Amor é intenso e cuidadoso,
como a definição em um poema,
e o resto é uma variação de afeto,
como o amor definido no dicionário.

terça-feira, 15 de abril de 2014

inDESCRIÇÃO DO BEIJO


por Cesar Costa

Na calma e na inocência de um mero olhar,
nasce a vontade;
onde os olhos deixam de se confrontar
e passam a observar a boca.
Neste instante,
são mudas todas as palavras
e tudo que for dito
terá condição de um idioma já extinto,
a única linguagem que ainda entendemos é o instinto.
Nesta hora a química percorre o corpo,
na alma invade a sede,
 pulso se acelera e explode
num único ensejo:
O BEIJO!

Ponto de ignição dos desejos de dois corpos
ansiosos pela sede de amar,
 agora a pele já arde e atenta os corpos
que funcionam como meros tradutores das fabulas
contadas pelos hormônios...
Os corpos exalam feromônios,
as mentes libertam seus demônios,
a ânsia supera a decência
e o instinto supera a ciência.

Agora não somos mais dois seres humanos,
somos dois animais selvagens
soltos na jaula da libido pura pela sua impureza;
no homem acorda seu estado mais desnudo: O MACHO!
A mulher expele para fora sua essência: A FÊMEA! 

Suave tentação a se desnudar pela boca
almas que se tocam,
se unem lábios
e os corpos se esfregam
no compasso da tentação de desejar
e realizar a grandeza de realizar seu mais inocente pecado:


A LASCÍVIA NASCIDA DO BEIJO!