sábado, 25 de agosto de 2018

QUINTA VISÃO


por Cesar Costa

- Aonde vou que não estás?...
Quando nada vejo por aqui
Vejo a ti.
Quando saio do meu ser
Quando vejo meu novo sonho...
... renascer.
Sou o ar dando estabilidade às gaivotas
Sou o dia não tardando por raiar
Sou a luz do novo mundo.
Meu jardim, poesia
Onde vejo e escuto a ti.
Se toda noite escurece
Todo dia o sol levanta.
Em meu ego não sou um só
E minha voz um sonho mudo.
- Aonde vais que não estou?...
Quando nada tens junto a ti
Tens a mim.
Quando cair no vazio
Quando sentir tua nova vida...
... florescer.
És o mar em tua harmonia
És o vento em teu ressoar
És a vista de um novo horizonte.
Teu jardim, poesia
Onde podes ver e escutar a mim.
Se em um mundo o sonho morre
Em outro nasce a saudade.
Em teu ego não és uma só
E tua voz, delírio cômodo.
- Aonde vou que não estás?...

sábado, 18 de agosto de 2018

QUARTA VISÃO


por Cesar Costa

Livrar-se do medo...
Como quem foge do sol
Como quem foge de si
Como quem foge do mundo.
Odiar ao próximo
No outro dia, com ele ver Deus.
Glória a quem sabe voar
Encontrando em si o vôo do amor
Verdadeiro vôo.
Olhava a janela, não via vida
Mas Deus estava na sala
Olhava o quadro,  figura estática
Mas Deus estava no vaso
Olhava a parede, objeto liso
Mas Deus estava em todo lugar.
Seguia em frente com a vista pro lado
Deus está na contramão
Está também em amar aos outros
Está em me amar
Está no amor.
Um tempo sobra na vida
Onde se encontra um profundo amor
Entregando-se por si:
"Liberdade aos filhos de Deus
Só o Amor constrói
Liberdade aos filhos de Deus
Um dia chegarei lá."

sábado, 11 de agosto de 2018

MINHA RELIGIÃO


por Cesar Costa

Busco minha religião
na alegria de um sorriso gratuito,
mas não no bar da esquina da minha casa,
busco na rede em que durmo,
mas não na rede
enquanto teclo com o desconhecido.

Aceito a fé que me aceita,
acredito no amor que acredita em mim,
mato a fome que me mata
e só chateio as pessoas
que abusam de minha paciência.

Aos desconhecidos eu revelo:
não me conheço
desde o começo
mas sei que minha dor tem endereço
por isto que pago o preço
o que vejo o que tenho o que mereço

É minha a religião do meu coração
nesta fé minha alma ora
meu corpo se levanta
meu desejo se desperta,
sou fiel ao meu mundo
e neste mundo só há um Deus

Pai, meu espirito se alegra
por ser um servo Seu!

sábado, 4 de agosto de 2018

DESPLUGADOS


por Cesar Costa

Nem sei se é correto
pensar tanto em você
a ponto de esquecer de pensar em mim,
se é certo desejar tanto bem a alguém
sem mesmo medir o quanto imenso
é o sentimento que se tem;
nem sei se é bom ou se é mau,
se é incomum ou se é normal;
apenas quero o bem
a quem meu querer bem faz bem.

Vejo este amor em mim,
em erupção como a larva de um vulcão,
ao tempo que mata a mata onde passa
torna fértil o solo por onde escapa.
Sem medos,
sem receios,
sem restrições,
desnorteia os nossos corações,
desmatados da mata antiga,
mas solo fértil para todas as emoções.

Quem dera meu vício de amar seja contagioso,
contaminando meus pares e entes,
neles deixando sementes
cujo anseio seja um novo devaneio.
Que de overdose sejam todos tomados
e desta tomada nunca mais desplugados.

Meus pares,
meus entes,
meus amados,
minhas sementes;
venham em paz, mães, irmãs e primas,
venham todos os seus iguais,
sem mais infestações,
mas com cem infestados mais.

Ao amor, meus amores me rendam
e em seu deleite me derretam,
em suas vozes minha voz se cale
e nos seus sons meus sons silenciem.