sábado, 29 de julho de 2017

PENSAMENTOS KAMIKAZE


por Cesar Costa

Frio vento da manhã
Assanha de leve meus cabelos
Coloca sobre o leite derramado
Lágrimas que não vão limpar o meu tapete.

Temos ódio e o coração foi derrotado
Colocamos no peito o destino traçado
Levamos na cabeça a memória da derrota
Basta, com um olhar baixa o clima
Veja mesmo a morte tem descendentes.

Líquido da memória de um adolescente
Com certeza não é semente que esperem gerar frutos
Nem há de ficar marcado com o ferro do inferno
Dando vazão a um poço sem caldas.

Lotação completa, segue o carro em movimento
Difícil é se manter seguro a ele
Oposto de se obter benefícios 
Não quero mais seguir este caminho.

Jamais pedi a você que por amor
Colocasse uma bala em minha cabeça
Mas volto e lhe peço agora.

Sujo o pára-brisa deste carro em movimento
Não quero mais olhar para ver se ainda existe caminho
Quero voltar ao fim
Seguir uma reta longa que tenha um fim curto.

Curto a contagem regressiva do momento
Estou entre largar a vida e segurar minha derrota
Lembro do vento e seus olhos orientais
Sinto o quanto gosto de sua companhia
E volto a aceitar seguir com o carro em movimento.

sábado, 22 de julho de 2017

MAR DA SAUDADE



por Cesar Costa

Saio de um mar profundo, 
que eleva suas ondas e saúda as estrelas 
que no céu brilham a iluminar nossas noites.  

Nas brancas areias da praia 
se espalha como em nossas preces, 
enaltecendo a vida farta e harmoniosa 
que em nossos corações habita.  

Nos rochedos se espalha a espuma borbulhante 
como um sinal de paz,
com suas águas multicoloridas,  
refrescando o voo das gaivotas,  
nossas doces companheiras,  
que de nossos sonhos se alimentam. 

Vem qual a saudade em que nasce esta poesia, 
como o sopro que assanha os nossos cabelos, 
como uma fina chuva 
que imperceptível nos encharca 
enquanto aguardamos o destino 
que demora chegar!  

sábado, 15 de julho de 2017

VERDADEIROS AMIGOS


por Cesar Costa

Passamos o tempo
Floresce na alma o gosto
O sabor da memoria
- Ato divino feito na forma da saudade.

A cidade continua parada
La fora cai chuva
Cá dentro caem lágrimas
Traduzindo em água a saudade
Trazida de um tempo distante.

Fomos felizes
Parece incrível descobrir que fomos felizes
Tivemos nas mãos o gosto
O gosto da inocência
- Ato divino feito na forma de lembranças.

O tempo não passa
Permanece na memoria
Fica na saudade
Dos bons e maus momentos
Seres únicos
Com passados juntos
Como grandes amigos

Não importa ver Carlinhos chorar
Não importa ver Paulo chorar
Não importa ver Walter chorar
Não importa ver Ronald chorar
Nem importa me ver chorar
São Paulo, Minas, Paraíba, Piauí e Bahia
Merecem isto

Paraísos e terras natais
Cidades onde moramos
Cidades onde nossos passados residem
Com esta vida, onde nada há tempo
Vidas que se marcam por suas chegadas e saídas
Amigos, não se perdem com o tempo
Amigos, não se separam com a distância

Sei que amigos serão amigos
Não adianta não lembrar
A dieta da memória é somente uma
Que se alimenta de lembranças e sonhos
Como uma vida repleta de sentimentos

Vivamos, onde quer que estejamos, pois somos
VERDADEIROS AMIGOS!

sábado, 8 de julho de 2017

EU MORTO


Por Cesar Costa

Hoje escuto eu morto
onde muitos escutaram vida

Na minha morte, egoísmo
não amei quem pensou em mim
todos foram mais fortes.

Na escalada, nada 
na vida, ferida
sou apenas um pássaro
apenas um...

Meu voo não é alto
minhas penas não brilham
meu canto não é bonito
– não farei falta.

Quem sabe aquela menina
a mesma que me deu comida
a mesma que que dormiu ouvindo meu canto
a mesma que me afagou
não sentirá minha falta.

Ninguém sabe o que sinto
trancado em gaiola
não sinto, nem quero
mas pensando bem:
O amor é isto?
Será que posso ser livre?

No meu espelho vejo dor
meus amigos voaram
meu destino voou:
Eu preso
Eu triste
Eu falso
Eu morto.

sábado, 1 de julho de 2017

PÁGINAS BRANCAS OU AMARELAS


por Cesar Costa

novos dias, novas idades, novos momentos, novas mudanças

queria lembranças que virassem um livro,
histórias escritas pelas ações das pessoas na minha vida
páginas brancas, com a poesia dos amigos
páginas amarelas, com as mentiras por outros vendida

iria reler as páginas brancas todos os dias
e as amarelas nos dias em que esquecer o quanto me valem os amigos

talvez existam menos páginas brancas que amarelas
mas com certeza o maior valor está nas brancas

aprender com as páginas amarelas
crescer com as páginas brancas

pensar se estou mais nas páginas amarelas 
ou nas páginas brancas das pessoas
saber se sou um instrumento de Deus
ou um obstáculo aos desígnios divinos

quantas páginas brancas ou amarelas escrevi hoje?