sábado, 30 de setembro de 2017

SONETO DO SEGREDO MORTAL

por Cesar Costa

A dor tem o aroma do sofrimento
O qual invade narinas, mais forte
Nos deixa embriagados, o tormento
Sina que nos faz sofrer, por tal sorte

Quem dera, qual criança, relevar
Esquecer o sofrimento e tal dor
Ser menos louco, sem menos amar
Ser ávido e não ser mais sofredor

Eis que este sentimento forte, impera
Aos que fogem de sentir, por medo
Sendo covardes de um amor, sem luta

O destino que nos impõe, seu dedo
Costumais criador de tal quimera
Guardando no peito: o mortal segredo

sábado, 23 de setembro de 2017

AUDIENTE DE FILOTES*


por Cesar Costa

Somos a soma de tudo,
daquilo que falamos,
do que fazemos
e das expectativas que despertamos.


Nossos problemas
às vezes parecem tão importantes
que nem percebemos
os das pessoas em nossa volta.


Devemos olhar os outros,
cuidando para ofertar
apenas aquilo que podemos oferecer de verdade
e no final não decepcionar
por mentiras
nem por gerar maiores expectativas.


Muitas vezes o simples gesto de ouvir é o bastante!

Sejamos como um livro de palavras simples,
bem fácil de entender,
com linhas para receber comentários,
observações e sugestões
daqueles que se atrevem a ler.



*Na mitologia grega, Filotes era um espírito que personificava a amizade, o carinho e a ternura.

sábado, 16 de setembro de 2017

SONETO DO AMOR FATAL


por Cesar Costa

Sublime tanto amar e não morrer 
Se sem querer o amor nos faz sofrer 
Nos faz temer a razão do seu enfoque
Pobres seres deste triste retoque

Escravos os são todos os amantes
Que pensam serem do amor dominantes
Dominados foram antes desta hora
Feridos, sem ciência da ferida 

Tolos seres, com alma de poeta
Descansem na trajetória mortal
Sem noção do quanto o amor os afeta

Seria tão normal, se não fatal 
Mesmo sem noção do quanto ele grita
Um amor do bem que nos faz tão mal

sábado, 9 de setembro de 2017

ANARQUIA NO AMOR


por Cesar Costa

Caem por terra teus conceitos
Sejam objetivos ou subjetivos, não aceito
Independentes que ainda se dependem
De gestos, processos e ações que se ressentem

Nesta relação: nem formal, nem funcional
Os caminhos nos trouxeram ao destino mal
Feitas por ações frias que nos maltratam
Feitas por ações delegadas que nos afastam

Mas se antes um, agora formos mais 
Traremos a público as dores surreais
Corrompendo, um amor antes absoluto
Adotando, novas partes sem nenhum bom fruto

sábado, 2 de setembro de 2017

GUERRAS QUE DURAM ERAS


por Cesar Costa

Armas a postos, 
sem rostos, 
todos em guerras que duram eras. 

A política de armar para matar 
e deixar os dois lados morrer. 

Tensão e corrupção sem razão, 
real emoção, 
comprar para não morrer, 
vender para sobreviver

Lente tensa, 
tiros de todos os lados, 
lados fortes, 
lados ralos, 
poder em porta-retratos

Sem voz, 
os fracos calam, 
panelas calam, 
o silêncio tem voz

Justiça tendo lado e rosto, 
seu gosto é desgosto

Armas em guarda, 
sem mágoas, 
guerras pedem tréguas. 

A política une os lados opostos e deixa ambos viver,