quinta-feira, 8 de maio de 2014

AMOR DE POEMA E DE DICIONÁRIO


por Cesar Costa

Olha em volta e vai perceber o amor:
em cada canto, em cada esquina.
Ele não passa acelerado,
fica parado esperando por nós,
mas nossa velocidade impede que o vejamos.
E ele quieto passa a ser impossível de ser notado.

Pode ser um amor sorridente,
destes que brincam com nosso jeito afoito de seguir correndo;
pode ser um amor parceiro,
capaz de ser cumplice
e viver feliz no plural conosco.

Ele pode ser oportuno e inoportuno,
pois não marca horário,
nem avisa na agenda,
muito menos deixa para vir num fim de semana ou feriado.
Mas seja qual for sua chegada,
ele descarrega más energias,
espanta a solidão,
doma nossos instintos selvagens.

Percebemos que amamos
quando achamos romântico o barulho-de-chuva,
quando damos presente sem data marcada,
quando planejamos sempre a chegada
e esquecemos de planejar a partida.
Haverá amor,
quando todo momento for certo,
quando uma sensação estranha pulsar no peito.

Amor é intenso e cuidadoso,
como a definição em um poema,
e o resto é uma variação de afeto,
como o amor definido no dicionário.