quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

BATEAU MOUCHE IV


por Cesar Costa

E quando as águas estiverem aqui?

Quem sabe sim, quem sabe não
Se tudo indicar o fim da situação:
Talvez eu morra em silêncio
E você não esteja aqui...
- Não esteja aqui!

Quem sabe o tempo irá dizer:
- Tudo tinha solução!
Só que tudo um dia acaba
E, mesmo sem querer,
O fim chega, eu vou então.

Neste tempo, quem irá dizer?

Não foi você, fui eu quem quis
Num reveillon, numa noite sem razão
Também foi culpa do tempo
E ele não fala em se defender...
- Em se defender!

Quem sabe agora se irão falar
Cumprindo seu intento,
Mas mesmo a vida um dia tem fim
Para tudo existe explicação
E os culpados poderão falar
Curtindo o silêncio
Ao ver o tempo se acabar.

Quando a noite voltar enfim
Com as lembranças dos corpos na visão
A consciência irá falar:
- Para isto, não temos solução!

E as noites nunca mais serão as mesmas...

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

UMA NOVA POESIA


por Cesar Costa

Queria fazer uma singela poesia
Mas que fosse uma poesia sincera,
Daquelas que amansam os corações dos homens
Fazem esquecer-se das dificuldades de um dia difícil.

Nada além de uma poesia simples
Fácil de entender e encantar
Compartilhada por todos que ainda souberem sorrir
A própria mensagem que se engrandece em si.

Não queria uma poesia grande
Mas que fosse uma grande poesia
Adequada para curar os desânimos
Perfeita para animar o espírito.

Queria fazer uma poesia de menino
Utilizando sentimentos de um sábio
Tendo a simplicidade dos humildes
Contendo o sentimento dos poetas!

quarta-feira, 16 de julho de 2008

O JARDIM DAS ALMAS CONECTADAS

 

por Cesar Costa

Na alvorada de um vínculo, onde os corações se entrelaçam,

a amizade surge, um jardim sem interesses,

onde os entendimentos florescem em solo fértil.

Podem vir debates, tempestades de opiniões,

mas mesmo na maré contrária, o carinho é anseio constante.

 

Que se ouça um "sim" ou um "não" —

como ecos da verdade entrelaçada,

mas que nunca se ausente a ternura

que os verdadeiros amigos compartilham.

 

Aqui, começa nossa jornada,

a primeira página de um livro que se escreve a quatro mãos,

repleto de lealdade e sinfonias de conexão,

onde cada capítulo é uma ode à sinceridade.

 

Se regarmos o jardim da amizade com paciência,

ele nos brindará com flores de cores vibrantes,

se cuidarmos com zelo, teremos um abrigo sereno,

e se alimentarmos com bondade,

a mão de Deus abençoará o laço que nos une.

 

Assim, cultivamos nossa história,

em cada gesto, em cada palavra,

um canto eterno de harmonia

no grande livro das almas conectadas.


sábado, 29 de março de 2008

VÍCIO SEM CURA


por Cesar Costa

Um doce, um beijo e um queijo
Um motivo, uma valsa e uma delícia de laço
Um sorriso, um sonho e um medo

A espera da cura
O tratamento para o meu vício
Os inícios e os recomeços

Uma tarde em que você acorda
E, sem querer, continua vivendo o sonho
Aquele que lhe faz flutuar, além das montanhas, além do mar

Um apetite de anjo, capaz de devorar
Todos os pesadelos, numa digestão sem limites feita pelo coração
Gerando hormônios da felicidade, com proteínas de sorrisos

Quero mais, mas quem não quer?
De onde vem o homem? De onde vem a mulher?
Mesmo se não sei o que é que é

Será você o meu vício sem cura
A maneira segura de ser feliz de uma forma insegura
O delicioso aroma que transforma um triste dia sem sabor
No manjar delicioso que alimenta a alma e o coração dos homens.

domingo, 23 de março de 2008

MATIZES


por Cesar Costa

Vem, somos iguais
Olha quanto amigos somos
O quanto de bom, juntos criamos .

Corremos nos campos
Saímos em caça
Cantamos as canções da juventude.

Atingimos o limiar da felicidade
Juntos sorrimos
Juntos cantamos
Transformamos em eternos
Diversos momentos em nossas vidas.

Hoje vangloriamos nosso passado
Chamamos de eternas todas nossas lembranças.

Mas os dias, vão e vem
Passam como passaram nossos momentos.

Nada mal que hoje lembramos quem somos
Tudo o que juntos vivemos
Tudo o que sabemos
E a forma como crescemos.

Nossos atuais dias comuns
São como outros dias quaisquer
E nossos dias passados juntos
São como um colírio aos nossos sonhos.

Bem mais, apesar do fim, nosso bem querer
Semeia...
Brota...
Cresce...
Amadurece...
Frutifica...
Enquanto colhemos felizes as nossas matizes:
- Foi bom o nosso bem querer!

sábado, 8 de março de 2008

VOCÊ CRESCEU EM MIM


por Cesar Costa

Muitas vezes ouvi você dizer
o queria e como queria fazer,
muitas vezes fui sua sombra
para retratar seu brilho
e em outras tantas
fui sua lâmpada
para clarear seus caminhos.
Tantas vezes dei meu carinho,
dei minha atenção
e minha torcida,
em outras tantas recebi tudo isto e muito mais.
Sem perceber
em mim você crescia
e o amor amigo evoluía,
saindo das cavernas do meu coração
e tomando uma nova dimensão.

Queria apenas dizer que quero o seu sucesso,
mas quero mais.
Queria apenas dizer que desejo o seu bem,
mas desejo mais.
Queria apenas dizer que almejo ver seu sorriso,
mas na verdade a minha maior vontade é ter ele para mim.

Velar seu sono,
cuidar de suas feridas,
colocar uvas em sua boca,
trazer notícias boas,
ser seu amigo,
levar você comigo,
saber como você foi.
Cuidar de seus mimos,
retribuir seus carinhos,
rir dos seus medos,
proteger suas mãos dos espinhos.

Mas sua amizade vale mais do que meus sonhos pessoais,
e se calar fizer você ficar mais feliz,
serei como um sino que bate
e entoa apenas sinais de aviso
da hora da sua alma flutuar ao contato com o divino,
enquanto em minha alma
são entoados os mais belos cânticos divinos do amor
e meu coração se inflama
e arde do alegre momento do contato
entre o meu sincero sentimento e você.

Mas não quero que pense
que trai seus sentimentos
ao me apaixonar por você,
apenas não resisti aos mais belos encantos
e não consegui reprimir o fato de você crescer em mim.
Antes era mais fácil
por conhecer apenas sua bela face,
hoje é impossível
pois conheço sua encantadora alma.

Sou seu escravo e me amo por isto!

terça-feira, 4 de março de 2008

VALE DAS PEDRAS


por Cesar Costa

Fazia silêncio em minha garganta
fazia...
“- Como é que estais?”

Um dia o menino correu 
passou pelas ruas...
Era um tempo distinto 
onde por todos ele passava.

“Quisera que seu algoz 
um dia perdoasse teu filho?”

Fazia silêncio, ele gritava:
“- Como é que estais?”

Quem dera como ele 
corresse para ver o sol...
Dizem que ele brilha
vimos as pedras...
Vimos as pedras no chão.
Eu sorria do amor
por isto amemo-nos  hoje pelo brilho 
onde me assisto e me acordo...
“- Como é que estais?”

“Sou a fruta silvestre do dia 
nada mais que uma fruta 
me comas...”

“Sou o favo do mel da vida 
nada mais que um favo 
me bebas...”

Era um gemido e um nome:
- Deisy , me amas?

Quisera ter um sonho e nele dar-te um prêmio
Podemos namorar, podemos amar...
“- Como é que estais?”

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

APESAR DOS PESARES


por Cesar Costa

Em um dia qualquer
Um menino sonhou...
E, como em todo sonho, mesmo este
Sempre há um fim, o dele também findou.

Quamanho desejo ele tinha
Eram tantos:
Um dia ele sonhou vencendo a gravidade
Voando e voando
Cada dia mais alto
Despojando fortitude...
QUAND MÊME;

Outro dia ele sonhou tendo o dom das profecias
Prevendo todos os sinais da vida
Transformando em palavras suas visões
Apresentando-as na soirée aos seus fieis...
QUAND MÊME.

Porém o tempo passou
Ele viu, na realidade, o fim de sua deidade
Desesperado, ante prol iminência maléfica
Resolveu:
- Delenda Cartago!

Hoje na sua cripta
após sua ação deletéria
não mais sonha...
QUAND MÊME.


Glossário para Apesar dos Pesares:

Delenda Cartago - Significa Precisamos destruir Cartago! é a frase que o senador monomaníaco Catão terminava seus discursos no Senado.
Cartago era uma cidade fundada na Tunísia na Antiguidade. Ficou famosa por suas guerras com Roma, as Guerras Púnicas, pela competição na venda de artigos de luxo para a Grécia.
Suspeita-se que Catão fora traído pela mulher por um cartaginês, o que gerou esta dor de corno terrível.
Esta frase foi exaustivamente repetida, e repetida, e repetida, até Aníbal Barca se cansar de jogar a toalha. A derrota foi inevitável e Cartago teve seu fim. Os romanos dominaram o local, criando uma nova colônia. Para Aníbal só restou relaxar e gozar, em outro país.
As guerras entre Roma e Cartago varreram tudo em seu caminho, há quem diga que foram muito piores que a Primeira e a Segunda Guerra Mundial. Finalmente, Cartago foi totalmente destruída pelos romanos em 146AC. Não sobrou um tijolo sequer no chão.
A partir daí, a expressão passou a ser usada em todas as ocasiões em que, quando alguém pretende iniciar algo novo, destrói o que já existia. Essa radicalidade foi condenada em todos os tempos a ponto de “Delenda Cartago” ter-se tornado um brado de protesto contra os que insistem, teimosamente, em destruições inúteis, os que buscam matar também o passado para construir um imprevisível futuro. “Delenda Cartago” passava a ser obsessão, teimosia, decisão por assim dizer alucinada por quem tomava a destruição como primazia absoluta sobre todas as coisas.

QUAND MÊME - Expressão francesa que significa: Apesar de tudo; Mesmo assim; Em qualquer hipótese; Apesar dos pesares.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

O QUE ME LEVA A LHE AMAR


por Cesar Costa

O que me leva a lhe amar não é apenas o que você é
mas sim o que me torno quando estou ao seu lado
e lhe amo não apenas pelo que você faz consigo mesma
mas também pela transformação que você faz em mim

Amo pela essência que você extrai de mim
pelas qualidades que você faz aflorar
pela forma que você toca meu coração
pelo aprendizado de poder dar valor ao que tem real importância

Quero aprender com seu amor
sabendo que isto leva a amar ainda mais
mas não me importo com o tamanho do sentimento
e sim com a qualidade com que meu amor se solidifica em ações

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

DOIS AMIGOS


por Cesar Costa

Não quero ferir seus sentimentos,
não quero aferir suas intenções,
não quero afetar sua amizade.
Não quero dar ao seu carinho outro destino,
não quero tirar do meu caminho você,
não quero pôr espinhos em nossa amizade.

Quero apenas ver dois amigos sorrirem juntos,
dar as mãos, mesmo sendo homem e mulher,
trocar entre si os carinhos da amizade,
sem ferir as leis da lealdade.
Ver amigos sinceros e felizes,
compartilhando da mútua troca de fraternidade.
Ver o brilho da alegria compartilhada
sem novos interesses.

Ver amigos que se dizem sim,
e se envolvem entre si
com os laços da amizade,
laços que se entrelaçam
sem maldades e com limites.
Laços fraternos.
Laços eternos.
Laços bonitos.

Não devemos confundir as coisas,
podemos matar a sede e não morrer afogados,
podemos doar nosso sangue e não virar vampiros,
podemos amar e não ser amantes.
Sem hesitar em ajudar,
mas sem auxiliar a alimentar frutos e erros de imaginação.

Devemos alimentar os frutos que devem gerir o nosso futuro,
e nosso caminho é feito de carinho e amizade!

CANÇÃO PARA A MULHER AMADA


por Cesar Costa (inspirado no Cantares)

Beija-me com o agradável sabor da tua boca
pois teu amor é mais delicioso que o vinho
e é suave a fragrância de teu aroma.
Quanta razão há de te amar
cantar a beleza dos meus sentimentos
e o teu nome é tal qual um perfume derramado.
Tua face é graciosa
teus cabelos envolvem teu pescoço
- reluzindo como um colar de pedras preciosas.
Dizei-me, ó amada do meu coração,
onde fazes repousar o teu corpo
para eu não mais andar vagueando longe de ti.
Serei para ti como uma bolsa de mirra
repousando entre teus seios...
Como és bela minha amada!
Os teus lábios destilam mel virgem
o amor e o êxtase estão sob tua língua
e o perfume do teu corpo
é como doces lírios do jardim.
Venha, minha amada,
saiamos para o campo,
passearemos a noite nos pomares;
amanheceremos para irmos juntos à natureza,
ver se a primavera lançou rebentos.
Quão formosa e encantadora és,
meu amor, minhas delícias...
Põe-me como um selo sobre o teu coração,
feito um selo sobre os teus braços;
porque o amor é forte como a morte
e seu ardor é quente feito chamas de fogo...
As muitas águas não poderiam extinguir o amor,
nem os rios e os mares o poderiam submergir
e se alguém oferecesse toda riqueza pelo amor
este seria desprezado mesmo assim...

TRANSFORMAÇÃO


por Cesar Costa

Que serventia tem a nobreza
Vez que rei, deixou de lado o título
E, por amor, largou tudo e se tornou escravo.
Se diante dos olhos do homem guerreiro
Ela surgiu, tornando-o um menino
Tendo como única arma o encanto do seu sorriso
Qual correntes a mantê-lo aprisionado.
Eis que o agora escravo menino prisioneiro
Tornou-se o mais feliz dos homens
E esta é a sua sina.
Quem diria:
Um dia rei... Um dia homem guerreiro... Um dia livre...
Agora escravo... menino... prisioneiro...
Encontrando felicidade em seu destino.
Mas o AMOR supera qualquer lógica
E com esta ele brinca
Travesso, como um garoto
Mas forte e firme, como uma rocha.
Mas nos seus olhos há a lembrança
Já te viu... Sabe que és linda
Na verdade... És uma doce e cativante lembrança:
Bela garota, de olhar e sorriso doce
Ainda tens teu jeito de moça traquina
Antes mesmo de destacar o dia
Nada que me faça esquecer
Cada palavra tua, cada gesto
Amada que faz abandonar o reino dos homens e voltar a ser criança.

DESPERTAR


por Cesar Costa

Durante as noites silenciosas,
Procuro aquela que amo.
Adormecido, mas com o coração desperto,
Ergo-me das sombras do meu ser,
Para abrir meu peito à minha querida.
Minhas lágrimas, como gotas de chuva,
Desaguam na solidão da noite.

Onde estive na penumbra?
Contive o medo que me assombrava,
Temendo um vulto que surgia no escuro:
Esse vulto era meu sonho perdido,
Uma imagem de nós, entrelaçados na luz.

Agora, minha canção se apagou,
E com ela, eu também me esvaí.
Nada resta de nós, apenas ecos,
Sinto o peso do erro nas minhas costas,
Quando todos me observam,
Rindo de mim, com olhares de pena,
Abrem a boca para sussurrar,
Meneiam a cabeça, repartem a minha dor.

Quanto a mim, em meio a essa tempestade,
Reclamo na minha tranquilidade:
“Nunca serei abalado.”
Que o passado se lave de mim,
Que cada erro se dissipe como névoa,
Levem embora a culpa que me aprisiona.
Pois somos filhos de um sonho desperto,
E a esperança, mesmo frágil,
Renova-se a cada amanhecer.

OS SONHOS E OS DESEJOS


por Cesar Costa

Os sonhos nascem em minha alma,
tomam meu corpo,
minha mente e absorvem meus pensamentos.
Os sonhos florescem e crescem em mim,
como um dia após o outro
para desenvolver suas sementes.
Os sonhos são meus anseios
e meus anseios são minhas metas.

As quedas são minhas companheiras,
são minhas conselheiras,
são minhas guias.
Mas das quedas
guardo com carinho as minhas voltas por cima,
meu retorno,
meu recomeço.
Naufragar não quer dizer defeito,
quer dizer sou normal,
sou igual
e não sou melhor do que você.

Mas o desejo de ser feliz,
o desejo de acordar
e ainda estar vivendo um sonho,
o desejo de ter você aqui comigo
é um destaque que merece um beijo.
Meu desejo,
minha vontade,
meu começo meio e fim.
Não sei se estou em você,
mas tenho certeza de que você está em mim.

Mas nada depende de mim,
de mim tenho apenas à vontade de vencer,
de ter você,
de crescer.
A vontade que habita minha alma
e me traz ao nascente de um novo dia,
mesmo após uma noite fria.
Quero de volta o seu beijo
que me traz força,
esta força que tem nome,
esta força que me alimenta.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

SONETO DO SONHO A DOIS


por Cesar Costa

Não é aquele que nasce pela manhã
nem amadurece pela tarde nem, pela noite,
é mais um sonho morto irrealizado.
Não trova canções sem versos,

mas não se perde em rimas absurdas;
não se destrói, nem se realiza
sem antes haver concretizado seus objetivos.
Ele é um sonho, porém um sonho sólido,

não cheira, nem fede mas,
se auto-alimenta dentro do próprio corpo.
Ele fomenta emoções diversas

e se concentra no âmago do peito;
o sonho completo, não nasce só,
nasce feito - nasce a dois.

AMAR SE APRENDE AMANDO


por Cesar Costa

Residindo juntos no peito
Um demônio que ruge e um deus que chora
Após um reinado glorioso
Morre o rei, o pai.

Amado pelos súditos
O príncipe subiu ao trono
Como se em seu coração tivesse
O tumulto e o clamor de um largo oceano.

O breve raiar do astro do dia
Não mata a tristeza, apenas dissipa
Mal o novo rei havia tomado seu manto
Recebia dos reinos vizinhos presentes e delícias.

Mas o tempo, não diminuía sua tristeza
Palpitava de flores e ninhos
Alma, que em dores chorava
Resolveu partir com um séquito

O reino estava em paz, queria perseguir contentamento
Pediu dez dias para se preparar devidamente
Afinal, que o novo rei procurava:
Positiva negação do nada

E de procura, em procura
Tivesse aquela ventura
Encontrar-se com sonho doce e risonho
No breve correr dos dias

Já raro e mais escasso
Era ele o ser sem ter reflexo
O infeliz novo rei, cedendo ao primeiro ímpeto
Partiu em busca da chama da sabedoria

Não conseguia acertar o alvo que não via
Em versos, em lugares,... nada
Amava o que doía, sem objeto de amor
Julgava única sua infelicidade

Sem sentimento dia, nem pensamento noite
Vivia a vida, forma solitária, não sozinha
Um dia encontrando a primeira estrela, a olhou nos olhos
Nascida feita para o amor, o sol da primavera

Uma ilha de serenidade no meio do medo
Abre caminho além... da paz o núncio
A alma renascia, gorjeava e ria...
E descobriu que havia amado tanto! e não conhecia o Amor!

SINFONIA - ALMA


por Cesar Costa

Hoje acordei, foi estranho
Olhei minha face...
- sua face estampada.
Vi-me em terras onde nunca andei
Tive os sonhos que nunca pensei.
Mas eram apenas sonhos
Como o fora em toda minha vida
E sempre teria sido...
- sem você.
As portas batiam
Os sinos tocavam
Os carros buzinavam
Tudo na mais perfeita harmonia.
Sons que nunca me encantaram aos ouvidos
Tornavam-se minha sinfonia-alma...
- lhe amava, fazia sentido.
O luar era belo
As estrelas perfeitas
As nuvens esculturais.
Faço parte desta música
Trilha sonora feita de acordes urbanos...
- tudo porque amava.
Minha vida tem sentido
Meu amor me alimenta
Minha força não é segredo.
Por si só, tudo tem valor
Essa vida, essa obra
Aprendi no verdadeiro momento
Fiz bem em não tê-lo perdido...
- com amor viver é muito mais bonito.

SÓ ILUSÃO


por Cesar Costa

Às vezes somos como o arco-íris
Com imensa beleza
Com diversas cores
Com nítida transparência
Porém só ilusão.
Era um dia incomum
Chovia
Não como nos outros dias
Era uma chuva incomum.
Fiquei na janela
Olhando
E quanto mais olhava
Mais sentia a diferença
Era um dia diferente dos outros.
Em meio a imagem da chuva
Vi-me pequeno
Descobri meu verdadeiro tamanho.
Como uma nuvem
Tinha um conteúdo enorme
Só de água.
Mas com o tempo
Descobri-me vendo a chuva
Vi-me refletindo
Vi a minha identidade.
Sei, as vezes somos como o arco-íris...
... Porém só ilusão.

AMARAMEI


por Cesar Costa

Um dia saí a sua procura
Na rua não tinha nada
- Por que lhe procuro direto?
Não sei, nem quero respostas.

Às vezes me vejo sozinho
- Sozinho e sem suas palavras.
Não gosto daquilo que vejo
Não gosto, mas fico calado.
- Por que me falta a coragem?
Na dúvida, não quero resposta.
Você me parece sozinha
- Sozinha, melhor ao meu lado.
Vivendo esta vida por nada
Sem luta, sem gosto e sem a pessoa amada.

Às vezes eu fico chorando
Este choro aos poucos me mata.
Eu passo a vida morrendo
Viver, só vivo ao seu lado.

Você diz que pensa em mim toda hora
Ainda assim fica calada
Será que não viu agora tudo que posso mostrar:
Nós temos um sentimento profundo
Nós temos a vida e a morte
Nós temos o medo de tudo
Nós temos... Ninguém vai tirar.

RESPIRAÇÃO


por Cesar Costa

Encontrei-te em um dia perdido
num lugar onde não sei
onde nenhum ouvido ouviu, nem nenhum olho viu:
I am here... I am here...
Em meio a queda veio o teu socorro
conheci e te chamei pelo teu nome
eis que se tornou minha salva-vidas.
Todos nós corremos o mesmo perigo
mas em meio ao nosso medo
lavamos a nossa alma.
(Alguns muito tem
Outros não tem nada.)
Corri e fiquei ao teu lado
retribui com meu socorro:
I adored you to know...
Lembro muito bem
durante o dia estava a esmo, a noite na solidão
onde meus antepassados me celebravam.
Encontrei a ti
decifrei o teu coração
abri para ti a minha alma
e juntos compartilhamos a história.
Poderosa amiga...
Sensível, guerreira, inteligente e bela
Agora sou eu quem diz:
I am here... I am here...
Trago do meu lado minha caixa de primeiros socorros
o meu amor não se apartará de ti
darei carinho e atenção
e quando precisares de ajuda:
Breathing mouth to mouth...

CHICLETE


pos Cesar Costa

Mastigue, cuspa...
Diga que já perdeu o sabor,
Mas lembre-se que já fui sabor morango.
Se não gostava do meu jeito
Não tivesse me comprado.

Talvez você não goste de nada pegajoso,
Pode ficar tranqüila
“Não sou aderente a calcinha”.
Apenas sou contra se jogar fora
Algo que você ainda pode querer colocar na sua boca.

Volte atrás, um dia seu dinheiro
Não vai mais poder comprar.
Por que não pensou antes de adquirir?
Que alguém poderia querer me aproveitar.

Você sempre achou
Que por ser flexível, era descartável.
Só que ainda pretendo ser reciclado.

Agora não vou mais falar
Sobre um assunto que não mais me compete,
Fique você sabendo
Que nada na sua vida me confere,
A partir de hoje não sou mais
O seu...
... chiclete.

MONTANHA RUSSA


por Cesar Costa

Minha vontade é percorrer seu corpo em um beijo,
subir aos bicos
e descer ao berço dos seus seios,
navegar seu umbigo
e perder os sentidos em torno ou no meio.
Meu desejo é ser sua rotina,
me ver homem e lhe fazer menina,
trocar espaços entre nossos corpos,
invadir seus meios seus vazios,
beijar seus lábios macios.
Ah! Meus anseios não são apenas seus seios,
nem serão leves meus maneios por seu corpo.

Minha língua quer ser apresentada ao seu intimo,
saborear seu ponto G até a hora H,
fazer você gozar,
saber o gosto do seu prazer
e o seu néctar beber.
Meus lábios querem fazer um mapa em braile de seu corpo,
sugar sua alma por entre suas coxas,
lamber o fio que conduz o inicio ao fim
e possuir você pra mim.

Minhas mãos querem fazer turismo em suas costas,
deixá-las completamente expostas,
inundar seu intimo de caricias,
inundar seu interior com minhas delícias,
levar sua pele nua para um passeio em meu quarto.
Minhas mãos querem puxar as suas para minha cama,
seduzir você a confessar que me ama,
devorar e deflorar suas intimidades
e sem receios preencher cada parte sua com meus recheios.

Meu tesão quer realizar sua invasão,
dizer ao seu corpo que ele faz parte de mim
e qual uma sonda
se introduzir em você totalmente,
nesta noite teremos a primeira,
a segunda, a terceira
e pela noite repleta farei você completa.

Seu corpo há de ser minha montanha russa,
onde o gelo do meu gozo se desperta,
enquanto nossos corpos estiverem cansados
e encharcados de nossos líquidos,
nossas almas estarão enamoradas e enlaçadas
desta noite fascinante de lascívia.
A junção de nossas carnes
há de marcar a união de nossas almas
pela montanha russa de emoção
que nossa paixão inspira e provoca!

NÓS... SEM ELAS


por Cesar Costa

Amaciar teus olhos
Seduzir em cada olhar
E dizer-te as mais belas palavras
Cativado, para sempre, em teus braços.
Diz... Diz...
O que ninguém me disse dantes
Mas diz com suas palavras
Mesmo não entenda direito.
Faz de modo teu
........................inda insensato
........................inda insano
........................inda anormal.
Vide teu mundo
Eu nele, eu em ti
“Ó NÓS”.
Mas... Mas...
Sem mais
Só o vão na mata virgem.
Faça sonhar nós dois no lumiar
(Dois santos clientes do inferno);
Com os pensamentos mais puros
Retiramos a pureza dos sonhos.
Nós...
Nossas roupas.
Nós...
Nossas roupas.
Nós...
Sem elas.

FLOR MENINA


por Cesar Costa

Flutua no ar da primavera
Trazida pelo vento
Repleta de perfume
A aura da mais bela flor menina.

Aos olhares de gula
Resta o doce sabor:
Contemplar a menina dos olhos.

Perceber seu jeito faceiro
E entender a magia e o encanto
É uma odisséia imersa de magnetismo.

Rende os servos
Vendo-a caminhar reluzente
Maila seu sorriso e beleza.

Quiçá existam limites
A demarcar o feitiço da flor menina
Desconhecidos os são, porém.

Perfulgente resplendor glorioso
Cuja fragrância equipara às mais finas iguarias
Dominando os serviçais contempladores
Incapazes ante quamanho fulgor de Vênus:

Qual a água nascente ao descer o rio
Inda sendo sóbria e forte,
Feito o luar encantando a terra
Inda sendo de maneira límpida e serena;
Carregando suavidade no olhar
Duma força não contida em sua bela estrutura
Aspirada pela delícia de sua aura impregnada de perfumes.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

SONHO DE AVISO


por Cesar Costa (inspirado no Cantares)

Eis onde acordo, agora aqui.
Estive num sonho de aviso:
- Beije-me, dando-me o ósculo da tua boca,
porque tuas expressões de afeto
são melhores que vinho;
- Leva-me contigo, correrei após ti
ao cheiro de teus bálsamos.

Quando, quem dera, dias atrás
estivemos juntos, vi-me perdido,
em delírios mais resolutos:
- Eis como tu és formosa, amiga minha,
vê como és bela, teus olhos
são os das pombas.

Meditei durante horas,
Em momentos diversos declamei Amor.

Meus olhos acabaram em puras lágrimas;
Senti dor pelo meu destino.

Louvo o amor em que me encontro:
- Te possuir... te perder...
saber que os teus lábios,
são como um favo,
que destila a doçura, o mel
e o leite estão sob tua língua;
e o cheiro de tuas vestes
é a fragrância dos mais puros jasmins.

Louco estive ao te perder,
pois não pude ver que ainda tinha mais a dar:
- Faltou a verdade em mim contida;
faltou a coragem em tudo compartilhar.

Em resumo, em mim contive a mim mesmo.

Agora volto, imploro e peço:
- Põe-me a mim como um selo
sobre o teu coração, como um selo
sobre o teu braço, porque o amor
é valente como a morte;
o zelo do amor é inflexível,
como um critério vital,
as tuas lâmpadas
queimam o fogo incandescente da paixão
e a chama inapagável da lembrança.

EXISTÊNCIA


por Cesar Costa

Durante muito tempo
ao escutar seu nome
não conseguia dormir...

Era como ouvir falar
em finas flores e seres especiais:

Você é como os raios do sol
quando presentes, esquentam;
como os lírios do campo
quando vistos, encantam;
como os dons universais
quando possuídos, fascinam.

Como poderia saber:
O dia, nada é senão,
a continuação do seu sorriso;
o amor é seu reflexo;
a vida é a notícia de sua existência.

Somos o pão e o vinho,
o complemento mútuo de nossas formas;
o sólido e o líquido da vida,
o corpo e o sangue do amor.

Enfim, toda a simplicidade da existência
nós dois em "UNA PERSONA"
somos o símbolo maior do mundo
uma prova viva de que o amor existe.

Na paz, somos o sim...
- O sim para a felicidade de existir.

AMO VOCÊ


por Cesar Costa

Amo você...
Pois tem dois ouvidos, uma boca.
Ou amo você...
Porque tem dois olhos um nariz.
Sabe, amo você...
Por possuir os mais lindos cabelos.
Não, na verdade, amo você...
Pelo fato de sempre me esquentar do frio.
É, amo você...
Unicamente por ser a maior beleza da terra.
Não sei mas, amo você...
Só por ver minhas noites tornarem-se dias.
Ora... Ora... Ora...
Acho na realidade, a única verdade
É que apesar de tudo isto...
AMO VOCÊ!

A BAILARINA


Por Cesar Costa

A graça,
O movimento harmônico do teu corpo
Os sentidos, a sedução e a leveza...

Encontro perfeito entre a perfeição e a beleza
Um jeito faceiro de se entregar por inteiro
O equilíbrio de ser e fazer as pessoas serem felizes...

Visão encantada fascinando os olhos da alma
Trazendo a sensação de estar flutuando no ar
Pela tua graciosidade e harmonia...

Quem dera, Senhor, quem dera
Permitir-me bailar com tão formosa criatura
Deslizando como um cisne em sincronismo com alma...

Oh! Bela que minha alma encanta
Traduzindo em movimentos a mensagem universal do amor
Salta de encontro a meu peito e me deixa te amar...

Liso, leve e solto
Teu corpo é meu ponto de encontro
Sigo na direção do meu ao teu corpo...

Um balé de transportar a um mundo de sonhos
Onde teu corpo fala a língua dos anjos
E o teu sorriso fala a língua dos homens...

Não sei se me perco no império da carne
E deixo teu corpo seduzir meu corpo
Ou se me perco no império dos sentidos
E deixo teu corpo seduzir minha alma.

O SONHO SÓLIDO