sábado, 30 de dezembro de 2017

PARTIDA


Por César Costa

Outro dia esqueci minhas poucas palavras na boca,
meu melhor pedaço de mim permaneceu calado
e meu silêncio observou a partida.
Minha vontade ficou em mim,
minha consciência fez triste minha estada
e meu ego quis dizer que não,
mas era mesmo minha a culpa do meu fracasso.

Outro dia dei a volta por cima
e acima de tudo não desisti
nem absorvi
a culpa pela farta derrota.
Em verdade, passei por cima de meus erros
e aprendi a brincar de não acertar.
Aceitei perder
e não ganhar tudo o que queria.
A vencer por superar meus reais desafios.

Outro dia passei em frente à porta certa,
na hora errada
e no dia exato.
Cantei a canção da alegria
e chorei a toada da saudade
e animei minha alma com a festa do coração partido.
Transformei minha dor em poesia
e meus medos em batucada.

Outro dia,
noutra hora qualquer,
num minuto presente,
em um instante intemporal
eu venci de vez minha timidez,
e gritei para quem quiser ouvir:
NUNCA MAIS
NINGUÉM A QUEM AMO
VOU DEIXAR PARTIR!

Um comentário:

Cesar Costa disse...

A casa da saudade chama-se memória: é uma cabana pequenina em um canto do coração. Neste canto do coração nascem versos escritos chorando como um alívio à saudade sorrateira e persistente, como um dever do ato de amar; e enquanto houver um eco de saudade cada um, ecoarão beijos de afeto nos versos que foram escritos com as lágrimas das lembranças.