domingo, 8 de setembro de 2024

O SONHO SÓLIDO

por Cesar Costa

O sonho sólido,

não nasce com a aurora,

nem se apaga ao entardecer;

é um universo interno,

uma visão que resiste,

não se dissolve em miragens

ou rimas que ecoam vazias.

 

É a construção de um labirinto,

onde cada passo ecoa,

uma busca incessante,

que exige mais do que intenções;

é o suor da alma,

o calor de mãos entrelaçadas,

um esforço partilhado,

uma sinfonia de corações.

 

Quando o sonho se materializa,

não é um lamento solitário,

mas um hino de vozes unidas,

um abraço que se expande,

fomenta emoções,

enraíza-se em nosso ser,

como raízes de árvores,

firmes na terra do tempo.

 

É no encontro,

na dança de dois seres,

que o sonho se torna

realidade palpável,

um laço duradouro,

onde cada suspiro

é um eco da construção,

onde cada olhar

é uma promessa feita,

onde a vida se transforma

em poesia viva,

escrita nas páginas

do nosso existir.

 

 

quinta-feira, 29 de agosto de 2024

OS VENTOS DA ALMA

 

por Cesar Costa

O vento sussurra segredos antigos,

Com mãos invisíveis toca a pele,

E leva embora o que julgávamos eterno,

Mas, ao partir, planta sementes de mudança.

 

Sopra as folhas secas do ontem,

Transforma memórias em poeira dourada,

E, no vazio deixado, nasce um novo amanhã,

Um jardim secreto sob as tempestades.

 

Há uma dança no ar, feita de perdas,

Onde cada folha caída é uma promessa,

De que o ciclo nunca cessa,

E a dor carrega em si o dom do renascimento.

 

O vento, que arranca as raízes mais fundas,

Também traz o frescor de novas manhãs,

E na sua fúria, encontramos forças ocultas,

Para seguir, mesmo quando o chão nos falta.

 

Nas curvas do rio, aprendemos a ceder,

A adaptarmo-nos ao fluxo incessante,

E cada desafio, como pedra no caminho,

É um degrau que nos leva a ser mais fortes.

 

O amor floresce, mesmo sob ventanias,

Um farol que brilha em meio à escuridão,

Resiliente, como a canção que ecoa no peito,

Guiando-nos, quando tudo parece desmoronar.

 

E assim, seguimos, de braços abertos,

Abraçando o que vem, despedindo-nos do que foi,

Pois no sopro do vento, há uma promessa,

De que a vida, em sua dança, nunca cessa.

 


quarta-feira, 28 de agosto de 2024

O TEMPO QUE NOS MOLDA

por Cesar Costa

Você já sentiu o tempo deslizando,

como areia entre os dedos,

os dias se arrastando,

enquanto os anos dançam,

rápidos, como folhas ao vento?

 

A rotina gira,

um carrossel de risos e lágrimas,

a monotonia se veste de cores,

cada dia um eco do outro,

mas dentro dessa dança,

há uma música oculta.

 

Você se vê,

refletido nas pequenas coisas:

o cheiro do café pela manhã,

as risadas compartilhadas,

a luz que entra pela janela,

tudo isso um convite à vida.

 

E mesmo enquanto o ciclo se repete,

a resiliência brota do concreto,

como flores que desafiam a gravidade,

crescendo entre as fissuras,

encontrando beleza no comum

e força na aceitação.

 

O tempo não é apenas um ladrão;

ele é o escultor que molda sua essência.

Cada instante vivido,

cada rotina abraçada,

é um passo em direção ao que você se torna.

 

Então, dance com a vida,

mesmo quando a música parece a mesma.

Busque significado nas sombras,

encontre luz nas pequenas coisas,

pois a beleza está, sem dúvida,

na arte de viver o repetido,

na arte de amar o que é. 

BEIJOS ETERNOS

 

por Cesar Costa

O primeiro beijo,

um sussurro de estrelas,

o calor de um verão em chamas,

lábios que se encontram como

dois mundos colidindo,

promessa de infinitos segredos

na suavidade de um toque.


Coração acelerado,

o tempo suspenso,

só existíamos nós,

naquele instante mágico,

onde o ar se encheu de perfume,

e cada suspiro

era um verso não escrito.


Logo vieram outros,

beijos como pinceladas,

cada um, com um tom

na paleta da nossa história.

Um beijo sob a chuva,

gotas dançando em nossos rostos,

outro na luz da manhã,

o calor da pele aquecendo

as memórias do que já foi.


Beijos de despedida,

como folhas caindo em outono,

levando consigo

o eco de risos e promessas,

e beijos de reencontro,

onde o tempo se curva

e a saudade se dissolve

na intensidade de um toque.


Cada beijo,

um espelho da nossa alma,

um fio que tece

o que somos,

um diálogo silencioso

entre o que foi e o que será,

cada um uma ponte

que nos liga à essência

do amor que vivemos.


Mas, ah, a eternidade dos beijos!

Eles se tornam marcas indeléveis,

tatuagens na memória,

ecos que ressoam

na vastidão do tempo.

São chamas que nunca se apagam,

brisas que sopram suave

nas noites solitárias.


E assim, ao longo da vida,

continuo a sentir

a presença de cada beijo,

como estrelas no céu,

iluminando a escuridão,

inspirando e aquecendo,

testemunhos de um amor

que transcende o efêmero,

eterno em sua beleza.


terça-feira, 27 de agosto de 2024

LUZ NAS PEQUENAS COISAS

 

por Cesar Costa

Você, em busca da fé,

navega entre sombras e sorrisos,

onde cada gesto é um farol,

uma luz que ilumina o caminho

nas incertezas do cotidiano.

 

A vida, feita de pequenas alegrias:

um abraço acolhedor;

um olhar que brilha como estrelas...

São momentos assim que nos conectam,

tecendo um manto de autenticidade

num mundo repleto de superfícies frias.

 

A fé não é um eco distante,

mas sim a respiração do agora,

o perfume das flores ao amanhecer,

o riso de uma criança brincando,

um convite para ser fiel a si mesmo,

reconhecendo a força que nos une.

 

Em cada dúvida, uma possibilidade,

uma luz suave que guia o coração;

não se perca nas redes que nos cercam,

mas busque o calor do contato verdadeiro,

onde a alma se revela,

onde a essência floresce sem medo.

 

Você é parte de um todo,

um fio vibrante na tapeçaria da vida,

celebrando sua individualidade

em cada passo dado,

em cada lágrima que se transforma em sorriso.

 

E ao final do dia,

quando as luzes se apagam,

a fé se faz presente nas memórias,

na simplicidade de um momento compartilhado,

na certeza de que o que realmente importa

está nas conexões que cultivamos,

na beleza do que é autêntico e verdadeiro.

 

Portanto, abra os olhos,

deixe a luz da sua fé brilhar,

e descubra o significado profundo

que reside nas pequenas coisas,

pois é nelas que a vida se revela,

é nelas que a esperança se renova.


segunda-feira, 26 de agosto de 2024

A DANÇA DA SAUDADE

 

por Cesar Costa

Saudade é um rio que corre profundo,

Mistura de dor e amor, um laço fecundo.

É a brisa que sussurra histórias passadas,

Um abraço invisível nas noites caladas.


Ela chega sem aviso, um toque suave,

Desperta memórias, como maré que invade.

Cada lembrança é uma estrela que brilha,

No céu do coração, onde o tempo se aninha.


É na dor que a saudade refina,

Lapida memórias, deixa a alma divina.

Purifica o amor, como fogo que arde,

Transforma em sagrado o que antes era alarde.


Aceitar sua presença é um ato de coragem,

Desnudar o coração, viver a viagem.

Cantar suas notas, dançar sua melodia,

Abraçar a saudade com plena alegria.


É uma força que não se pode domar,

Um vento que sopra, impossível calar.

Mas ao entregar-se sem hesitação,

Encontramos paz dentro da transformação.


A saudade, então, se torna gratidão,

Celebra o amor que molda o coração.

E ao final, somos mais inteiros,

Nutridos de amor, de sonhos verdadeiros.


sexta-feira, 28 de junho de 2024

TEMPESTADE DE PALAVRAS

 

Cesar Costa

Quando eu digo que o céu é cinza,

Você diz que ele é azul.

Quando eu clamo pela quietude,

Você busca o turbilhão.

Quando eu vejo fim,

Você encontra começo.

Quando eu abraço a noite,

Você exalta o dia.

Quando eu clamo por pausa,

Você anseia movimento.

 

Em nossas noites de silêncio,

Caminhamos em vidro quebrado,

Palavras como mar de espinhos,

Espalhando dor e mágoa,

Desenhando cicatrizes no ar.

 

Nossos dias, noites sem estrelas,

Nossas vozes, ecos distantes,

O que éramos se perde na sombra,

Nossos passos hesitantes,

Desmoronando em direção ao vazio.

 

Esperamos por um amanhã,

Onde o sol ou a chuva decidirão,

Se nossos corações ainda dançam,

Ou se o vento levará embora,

O que resta de nós.

 

Mas talvez, entre as tempestades,

Nosso amor encontre abrigo,

E o arco-íris finalmente brilhe.


O SONHO SÓLIDO