sexta-feira, 28 de junho de 2024

TEMPESTADE DE PALAVRAS

 

Cesar Costa

Quando eu digo que o céu é cinza,

Você diz que ele é azul.

Quando eu clamo pela quietude,

Você busca o turbilhão.

Quando eu vejo fim,

Você encontra começo.

Quando eu abraço a noite,

Você exalta o dia.

Quando eu clamo por pausa,

Você anseia movimento.

 

Em nossas noites de silêncio,

Caminhamos em vidro quebrado,

Palavras como mar de espinhos,

Espalhando dor e mágoa,

Desenhando cicatrizes no ar.

 

Nossos dias, noites sem estrelas,

Nossas vozes, ecos distantes,

O que éramos se perde na sombra,

Nossos passos hesitantes,

Desmoronando em direção ao vazio.

 

Esperamos por um amanhã,

Onde o sol ou a chuva decidirão,

Se nossos corações ainda dançam,

Ou se o vento levará embora,

O que resta de nós.

 

Mas talvez, entre as tempestades,

Nosso amor encontre abrigo,

E o arco-íris finalmente brilhe.


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