por Cesar Costa
Derivando de águas profundas,
onde o mar elevou suas ondas
tão alto que parecia beijar as estrelas
que no céu brilhavam
e iluminavam a noite.
Brancos grãos de areia da praia,
qual límpido tapete sob os pés,
enaltecendo a vida salva do infortúnio
da nau que no fundo do oceano agora habita.
Nas pedras,a espuma borbulhante festeja
inconsciente de tragédia horas antes ocorrida.
Nas águas multicoloridas,
libertas alçam voo, as gaivotas,
únicas companheiras neste mar errante.
Perdido e náufrago nesta ilha da solidão,
com o vento a assanhar o cabelo,
com a brisa que insiste em molhar o corpo
enquanto o socorro demora chegar
Lembranças das tormentas,
onde de revolto o mar agora parece se acalmar,
satisfeito com as oferendas das vidas
daqueles que se atreveram desafiar o mar
sem esperar a segurança de ventos mais propícios.
E se o medo me dominou,
assustado pelos fortes ventos,
devo aprender a refletir sobre o infortúnio,
guardar as lições das ondas do mar,
da brisa do vento e da imensidão do oceano.
Que a cada dia seja marcado pela lembrança:
“Eis que a vida é bela e curta em demasia
para ficar lamentando
as embarcações que passaram
e depois naufragaram no oceano do meu coração.”
Antes pensar na felicidade de ser sobrevivente
e entusiasmar-se por poder acordar e rever a beleza do mar
respirar e rever o sol todos os dias.
Mesmo na ilha da solidão, a esperança me faz companhia!
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