Como posso esquecer-me do brilho dos seus olhos,
se meu corpo não esquece o seu
e se minha alma já se uniu a sua.
Se aquele garoto se fez um homem,
o previdente se fez profeta
e o travador se tornou poeta.
Como não dizer aquilo que sinto,
se mesmo quando minto
seu olhar já traduz o meu,
seus ouvidos já traduzem as palavras
e meu coração denuncia a verdade.
Como criança eu adoro a crença de que sou livre,
sem rédeas ao meu pescoço,
mas ledo engano o meu.
Na minha liberdade
estou preso ao chão que você pisa,
ao alcance de seu perfume
e ao magnetismo que nos une.
Escravizado sem saber,
em seus olhos quero ver nascer
o amor que encanta minha alma poeta,
ainda mesmo que seja um grão discreto,
este brilho traz em mim uma montanha de esperança.
Você e sua elegância
em mim alcançam o meu mais íntimo segredo,
desperta meu medo
e me catapulta rumo ao amor mais intenso.
Se não for o amor primeiro,
certamente será o amor mais verdadeiro!
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