sábado, 4 de agosto de 2018

DESPLUGADOS


por Cesar Costa

Nem sei se é correto
pensar tanto em você
a ponto de esquecer de pensar em mim,
se é certo desejar tanto bem a alguém
sem mesmo medir o quanto imenso
é o sentimento que se tem;
nem sei se é bom ou se é mau,
se é incomum ou se é normal;
apenas quero o bem
a quem meu querer bem faz bem.

Vejo este amor em mim,
em erupção como a larva de um vulcão,
ao tempo que mata a mata onde passa
torna fértil o solo por onde escapa.
Sem medos,
sem receios,
sem restrições,
desnorteia os nossos corações,
desmatados da mata antiga,
mas solo fértil para todas as emoções.

Quem dera meu vício de amar seja contagioso,
contaminando meus pares e entes,
neles deixando sementes
cujo anseio seja um novo devaneio.
Que de overdose sejam todos tomados
e desta tomada nunca mais desplugados.

Meus pares,
meus entes,
meus amados,
minhas sementes;
venham em paz, mães, irmãs e primas,
venham todos os seus iguais,
sem mais infestações,
mas com cem infestados mais.

Ao amor, meus amores me rendam
e em seu deleite me derretam,
em suas vozes minha voz se cale
e nos seus sons meus sons silenciem.

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