segunda-feira, 6 de julho de 2020

ENTRE A TERRA DESERTA E O REFÚGIO SAGRADO

 

por Cesar Costa

Na vastidão do deserto, onde o silêncio dança com o vento,

Caminho sozinho, em busca de respostas escondidas nas dunas,

A areia queima sob meus pés, mas a sede de significado me guia,

E a solidão, antes inimiga, se torna agora minha companheira fiel.

 

À distância, uma árvore caída repousa como um segredo ancestral,

Seus galhos retorcidos, testemunhas silenciosas de tempos idos.

Nela, encontro memórias de um amor que se foi, como folhas ao vento,

E a saudade me envolve como um véu de névoa dourada.

 

A simplicidade da paisagem me ensina lições profundas:

Confiança é como raízes que se entrelaçam no solo árido,

Crescendo lentamente, apesar das tempestades e do tempo implacável.

E à medida que envelheço, aprendo que a verdade reside na quietude.

 

Sigo em frente, em busca de um refúgio secreto,

Um lugar onde as estrelas sussurram segredos cósmicos,

Onde posso compartilhar meus pensamentos mais íntimos,

E encontrar esperança na vastidão do céu noturno.

 

Nesse momento único e inesquecível, a solidão se transforma,

E a plenitude se revela nas pequenas coisas: um sopro de brisa,

O eco distante de um pássaro solitário, a textura áspera da casca da árvore.

E ali, sob o manto das estrelas, encontro meu refúgio sagrado.


quinta-feira, 16 de abril de 2020

ONDE O AMOR POSSA FLORESCER

 

por Cesar Costa

Quando eu me encontro nas areias movediças de nossas palavras,

E você diz, com olhos tempestuosos, que o vento sopra frio,

Entre nós, um abismo se desdobra, vasto e silencioso,

Como um mar noturno, onde as estrelas se afogam.

 

Nossos passos, uma dança descompassada,

Sobre o piso de vidro quebrado de nossas expectativas,

Cada palavra, um estilhaço cortante,

Refletindo a luz fraca de um amor que vacila.

 

Eu busco, em vão, a areia que escapa entre meus dedos,

Enquanto você segura firmemente o vento,

Cada um preso em seu elemento, distante,

E no entanto, tão próximos.

 

O conflito é um rio caudaloso,

Que nos arrasta para correntezas desconhecidas,

Mas mesmo nas águas mais turbulentas,

Há um murmúrio de esperança, um eco de amor.

 

Porque, apesar de tudo, eu vejo,

Além das tempestades e das areias movediças,

Um horizonte onde nossos caminhos se encontram,

Um lugar onde o vento pode ser acariciado, não temido.

 

Então, eu me deixo levar pela corrente,

Com a fé de que, em algum momento,

O rio nos levará a uma praia,

Onde o amor possa florescer, livre das cicatrizes do passado.

 

E lá, entre o sol e o mar, sob um céu infinito,

Nós reconstruiremos, tijolo por tijolo,

Não um castelo de areia, mas um lar,

Fortalecido pelas tempestades que enfrentamos juntos.

 

Porque no coração de cada conflito,

Reside a semente de uma reconciliação,

E no calor do amor, até as pedras mais frias,

Podem se derreter e se transformar.

O SONHO SÓLIDO